terça-feira, 13 de janeiro de 2004

EXTRAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL

ÓLEO VEGETAL
É uma gordura extraída de plantas formada por triglicerídeos.
Os óleos vegetais são ésteres de glicerina e uma mistura de ácidos graxos e são insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos.
Apesar de, em princípio, outras partes da planta poderem ser utilizadas na extração de óleo, na prática este é extraído na sua maioria (quase exclusivamente) das sementes.

PRINCIPAIS FONTES
Óleos à base de sementes
· semente do rícino (mamona) — óleo de rícino
· Semente da linhaça — óleo de linhaça
· semente da uva — óleo de uva
· semente de cânhamo — óleo de cânhamo
· caju
· mostarda
· semente da papoila — óleo de papoila
· colza — azeite de colza
· semente de sésamo — óleo de sésamo
· girassol — óleo de girassol
Outros óleos
· amêndoa
· abacate
· milho — óleo de milho
· algodão
· coco — óleo de coco
· avelã
· azeitona — azeite
· palma — óleo de palma
· amendoim — óleo de amendoim
· abóbora
· soja — óleo de soja
· noz

Além das sementes, os óleos e gorduras vegetais estão localizados na polpa de certos frutos como a palma e a azeitona, mas também se encontram nas raízes, galhos, ramas, folhas e troncos das plantas;

UTILIDADES
Os óleos vegetais são utilizados como óleo de cozinha, pintura, lubrificante, cosméticos, farmacêutico, iluminação, combustível (biodiesel ou puro) e para usos industriais.
Alguns tipos de óleos, tais como o óleo de colza, algodão ou rícino são impróprios para consumo humano sem o devido processamento prévio.

MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE OLEOS VEGETAL
Existem dois métodos:
Extração mecânica (prensado);
Extração por solventes;
EXTRAÇÃO MECÂNICA
-Consiste em submeter o material a um esmagamento sob pressão e aquecimento, para facilitar o escoamento do óleo, através das células do material.
-A pressão e a temperatura são especificas para cada material empregado.

EXTRAÇÃO POR SOLVENTES

REFINAÇÃO OU PURIFICAÇÃO
Os óleos brutos obtidos por extração mecânica ou solvente trazem consigo substâncias não glicerídicas (ácidos graxos livres, fosfolipídios, proteínas, carboidratos, vitaminas, etc.) que afetam a sua cor, o seu aroma e a sua estabilidade.

ETAPAS DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO

RECEPÇÃO E ESTOCAGEM
Verificação das características do material:
- Quantidade
- Qualidade
Pré-Limpeza:
- Eliminação de materiais estranhos, como: areia, insetos, roedores e outros.
Pré- Limpeza:
É realizada em máquinas especiais dotadas de peneiras vibratórias. Essa pré-limpeza é importante, pois diminui o risco de deterioração e o uso indevido de espaço útil do silo.

ESTOCAGEM Silo Vertical
ESTOCAGEM
- Controle temperatura e umidade ;- Manter qualidade da matéria-prima: retardar e evitar reações enzimáticas, como hidrólise por lípases e reações oxidativas, que podem diminuir a qualidade do produto; - Facilita o descascamento;

FLUXOGRAMA DE EXTRAÇÃO DO OLEO CRU DA SOJA
EXTRAÇÃO DO OLEO CRU
Limpeza:
Para eliminação de impurezas vegetais, minerais e metálicas, mediante peneiramento, aspiração, separação magnética
EXTRAÇÃO DO OLEO CRU
Trituração:
Desprendimento e separação das cascas;
Quebra do grão (redução de 1/6- 1/8 do seu tamanho.

EXTRAÇÃO DO OLEO CRU
Aquecimento ou Acondicionamento:
Transforma o grão duro e quebradiço em um material mais plástico e fácil de ser laminado;

EXTRAÇÃO DO OLEO CRU

Por prensagem:
Temperatura: 115 ºC;
Tempo: 60 minutos.
Por solvente:
Temperatura: 70-75 ºC;
Tempo: 20 a 30 minutos.
EXTRAÇÃO DO OLEO CRU
Laminação:
Facilita a extração por solvente;
Ruptura das células e maior superfície de contato do solvente;
Lâminas (flakes) de 0,2 a 0,3 mm.

EXTRAÇÃO DO OLEO CRU
Expansão:
-Injeção de vapor (umedece e aquece as lâminas);
-Torna-as mais porosas e permeável ao solvente;
-Liberação do óleo, coagulação de proteínas.

EXTRAÇÃO POR PRENSAGEM

A prensagem mecânica é efetuada modernamente por prensas contínuas, que são usadas para uma parcial remoção de óleo, seguida por extração com o solvente, constituíndo o processo misto.

O material acondicionado entra na prensa por um eixo alimentador. A prensa é constituída de um cesto de barras de aço retangulares, distanciadas por lâminas.

Prensador mecânico contínuo

O espaçamento das barras é regulado para permitir a saída do óleo e ao mesmo tempo filtrar os resíduos da prensagem.

Dentro do cesto uma rosca movimenta e comprime o material simultaneamente, a pressão é controlada através de um cone de saída.

A soja é submetida à extração direta

EXTRAÇÃO POR SOLVENTE
Nesse tipo de extração, a obtenção da matéria oleosa é feita por meio de um solvente proveniente da mistura de hidrocarbonetos (hexano) com uma fração de petróleo, com ponto de ebulição de 70°C.

Para facilitar a penetração do solvente no interior das sementes, o material a ser extraído é triturado e laminado.

O óleo aparece no material com duas formas de extração:
a) forma de camada, ao redor das partículas das sementes trituradas e laminadas, que são recuperadas por simples dissolução;
b) contido em células intactas, que são removidas do interior destas por difusão.
EXTRAÇÃO POR SOLVENTE
A extração consiste em dois processos: dissolução e difusão.
Durante a extração, a velocidade do desengorduramento da semente é de início, muito rápido, porém a velocidade decresce com o decorrer do processo.

A solução de óleo no solvente é chamada miscela, e o fator que define a velocidade da extração é a obtenção do equilíbrio no sistema óleo-miscela-solvente.
A espessura dos flocos resultantes da laminação a temperatura próxima da ebulição do solvente e a apropriada umidade são fatores que facilitam o processo de difusão.

Características do hexano:
- dissolve facilmente o óleo sem agir sobre outros componentes;
- possui estreita faixa de temperatura de ebulição;
- imiscível com água.
Desvantagem do hexano:
- alta inflamabilidade
- alto custo

REFINAÇÃO DO OLEO